Em outubro do ano passado, mães e avós de crianças do Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) de Araçatuba deram início a um grande sonho. Apoiadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) e Fundação Telefônica/Vivo, elas formaram um grupo que começou a fazer e a vender pães. Depois de um ano de trabalho, os resultados já são muito positivos.
Atualmente, quatro mulheres integram o grupo e ganham, juntas, R$ 800 reais por mês. Em 2011, seis mulheres compunham o grupo e a renda mensal era de R$ 400, no total – um acréscimo de 100% de um ano para outro. No primeiro mês do projeto, as empreendedoras tinham lucro de aproximadamente R$ 80 cada uma. Em outubro deste ano, a renda mensal de cada participante chegou a R$ 200.
Segundo uma das participantes do grupo, Salvina da Silva Ananias (foto abaixo), 54 anos, as mulheres se reúnem duas vezes por semana para produzir os pães e demais produtos. Recentemente, elas diversificaram a produção: passaram a fazer roscas, lanches (bauru) e fatias húngaras. Isso foi possível, também, graças ao empréstimo de um forno pela SMAS.
'RENDE MAIS'
“Esse forno chegou numa hora abençoada. Nós tínhamos um forno improvisado e agora (com o equipamento emprestado) nosso serviço rende mais”, disse Salvina. De acordo com a empreendedora, a ideia do projeto de geração de renda surgiu em reunião com as próprias mães e avós de crianças do Peti, em setembro do ano passado.
Nesse mesmo mês a SMAS, ofereceu um curso de panificação às mulheres, com supervisão da cozinheira do Peti, Marilena de Oliveira Silva. Hoje, além de Salvina, integram o grupo de empreendedoras Maria Luiza Teixeira (43 anos), Sara Silva do Nascimento (29) e Sandra Regina dos Santos (40). Para o coordenador do programa que combate o trabalho infantil na cidade, Edson Neves Terra Júnior, o balanço de um ano de atividade é muito positivo.
AUTOESTIMA
“Percebemos que as mulheres conquistaram autoestima e caminham para conquistarem autonomia”, disse Terra Júnior. Segundo ele, da renda total do grupo, as mulheres guardam, por mês, 10%. “Elas estão fazendo um caixa para darem sustentabilidade ao projeto, já que elas não vão contar com o dinheiro da Fundação Telefônica/Vivo em alguns meses”.
A Fundação e a SMAS são as duas organizações que dão suporte ao grupo. Elas bancam os materiais e dão apoio às mulheres, que são ainda acompanhadas pela assistente social do Peti, Márcia Cristina Issa Mennocchi Rosa. Também é parceira do projeto a AVA (Associação de Voluntários de Apoio aos Portadores do HIV/AIDS), que cedeu a cozinha.
OBJETIVO
Segundo Terra Júnior, o projeto está em linha com o objetivo central do Peti, que é combater o trabalho infantil. “Nós entendemos que a falta de emprego e a precariedade da condição de renda é uma das causas do trabalho infantil. Então, projetos como esse ajudam a combater esse problema, porque as famílias geram renda sem precisar da ajuda das crianças”.
Esse raciocínio é compartilhado pela secretária municipal de Assistência Social, Cidinha Lacerda, que também avaliou positivamente os avanços conseguidos pelas mulheres em um ano. “Esse projeto é muito importante porque estimula a emancipação financeira familiar, o empreendedorismo das mulheres. Percebemos que elas não só produzem, mas vão atrás dos clientes, participam de todo o processo”, destaca Cidinha.
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