segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Casa Abrigo reaproxima crianças de famílias

O Governo Municipal de Araçatuba, por meio da Secretaria de Assistência Social, mantém uma residência para acolhimento de crianças e adolescentes em situação de risco, de abandono ou que tiveram direitos violados. É a Casa Abrigo, que oferece atendimento integral, apoio escolar, cursos, oficinas e atividades esportivas, culturais e de lazer. Atualmente, o local possui 40 abrigados.

Segundo a coordenadora da casa, Nelci Coelho Pereira, o espaço tem como função acolher crianças e adolescentes encaminhadas pelo Poder Judiciário. “São casos em que a criança é vítima de maus tratos ou de outros tipos de violência, ou que more em um ambiente inadequado”, disse.


Segundo Nelci, essas crianças ficam por um tempo hospedadas na casa até que sua família – ou parentes próximos – tenha condições de recebê-las de volta. Há também situações em que o abrigado pode ser adotado por outra família, desde que esta faça um cadastro e atenda às exigências da Lei da Adoção. A coordenadora disse que a Casa Abrigo atende crianças de 4 a 17 anos.

Vínculos familiares

Nelci destacou que o objetivo da casa é acolher a criança e reaproximá-la da sua família biológica ou de parente próximo. “Fazemos o acompanhamento das famílias, promovemos encontros e festas comemorativas com o intuito de reforçar os vínculos familiares”, disse. Segundo ela, a expectativa é que a criança volte para o convívio familiar e ou que, em última hipótese, seja adotada por outra família.

A coordenadora explica que as “festinhas” são grandes oportunidades que os pais têm de interagir com os filhos abrigados. Na semana passada houve uma festa “julina” na casa, que contou com comidas típicas, quadrilha e a presença de familiares. “Esses eventos são importantes porque promovem a integração entre as crianças e suas famílias”, afirmou Nelci.

Ela ressaltou que a recomendação é para que o abrigado fique na casa por até dois anos, mas que há casos em que a criança fica mais tempo, seja porque sua família de origem ainda não ofereceu condições de recebê-la de volta, seja porque não apareceu família adotiva. “Mas temos jovens entre 15 e 17 anos que já preparamos para a vida. Eles são encaminhadas para oficinas de capacitação ou mesmo para o mercado de trabalho”, disse a coordenadora. Ela disse, ainda, que os abrigados recebem aulas de capoeira, dança, teatro, artes circenses e artesanato.

Autoestima

“No ano passado, o Governo Municipal aumentou a quantidade de oficinas e promoveu a reforma do espaço, com a instalação de forros e pintura. Com os cursos novos, as crianças têm despertado suas próprias potencialidades e adquirido autoestima”, afirmou.

Segundo Nelci, na Casa Abrigo a criança é estimulada a desenvolver seus talentos. Um dos destaques da instituição é o menor L.S.S. (foto), de 14 anos. No ano passado, ele participou do concurso de redação “Coisas de Saci”, teve seu texto escolhido entre os melhores e publicado no jornal Folha da Região. “Foi legal ter participado. Serviu como mais um estímulo para que eu continuasse a escrever”, disse o adolescente.

Fotos: Alex Tristante

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